30.6.10

droga de publicidade

 tem propagandas que se especializaram em colocar crianças pra divulgar seus produtos. a galera da claro, por exemplo, é mestre nisso. põe lá o gurizinho branquinho do cabelo lisinho falando que a gente tem que viver cada minuto como se fosse o último.


e eu tenho que ser obrigado a gostar de uma propaganda em que uma criança age como uma mulher, discutindo o namoro com o seu companheiro, também criança, e este, já ostentando a sua face masculina enganadora, simbolizada pela mão machucada, sendo que toda essa aura fofurística está ocultando a verdadeira mensagem de que o minuto na claro custa apenas seis centavos.
ah, mas é muito fofo.

fofo coisa nenhuma. já viram a propaganda do menino que diz que quando crescer quer ter um banco que é controlado pela familia inteira? primeiro que não é normal que UMA CRIANÇA deseje ter um banco quando crescer, e segundo que um banco controlado por toda uma familia impede qualquer viabilidade de logística.
ah, mas você não entendeu a metáfora do comercial.

sim, claro, porque a criança tá lá, na sua serenidade em casa, sem nem querer ser fofa, daí chega uma empresa coloca a plaquinha de criança prodígio no pescoço dela, todo mundo aceita como se fosse a coisa mais humana do mundo e sou EU QUE NÃO ENTENDO METÁFORAS. ah sim, nada como a espontaneidade infantil não é?

então, não me venha fazendo biquinhos, apertando o rostinho, imitando a criancinha da propaganda do sundown, que eu não vou achar engraçado.

engraçado é criança sendo ela mesma. quando existir DE VERDADE uma criança que queira ter um banco controlado por toda a familia quando crescer, aí sim eu vou achar engraçado. enquanto isso continuo achando propagandas da claro, los hermanos e outras cositas más, boas merdas.
encerro aqui meu caso.

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